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domingo, 5 de dezembro de 2010

A grave patologia da educação brasileira - VIVIANE SENNA - FSPaulo ...e a Nokia como exemplo.Divulguem, até chegar na Dona Dilma...



Recentemente, recebí como bônus pela minha fidelidade à Claro um smartphone C3, da Nokia, da última geração enviada ao Brasil da empresa finlandesa.Um aparelho que atinge o estado a arte em matéria de som e recursos, a um preço de mercado competitivo, em torno de R$ 600,00/700,00.

A história da Nokia começou às margens do rio Nokianvirta - que acabou por dar nome à Nokia Company – ainda como uma produtora de papel. Pouco mais de três décadas depois, a companhia expandiu sua atuação com investimentos em borracha, em associação com a Michelin francesa. O primeiro produto fabricado pela criada Finnish Rubber Works Ltd. foi uma bota/galocha de borracha, claro.


No novo século, a empresa dá uma nova guinada e amplia seu foco de mercado novamente. A Finnish Cable Works Ltd. nasce em 1912 produzindo fios de cobre com camadas de borrachas impregnadas na estrutura. Esse foi o início das atividades em eletrônica da Nokia, que, no começo dos anos 60, começou a produzir também analisadores de pulsos eletrônicos e rádio-telefones.

Em 1966, surge a Nokia Corporation com a fusão das três empresas. O logotipo da corporação passa a ser uma representação gráfica de três setas – cada uma representando uma das empresas fundidas – apontando diagonalmente para o alto. Somente em 1987, quando a empresa já fabricava sistemas de telefonia e já era a terceira maior fabricante de televisões da Europa, cria-se uma nova logomarca com a palavra NOKIA e as três setas ao lado.

nokia arrows

Primeiro logo com a palavra Nokia depois da fusão

Em 1993, a empresa já havia cedido sua infraestrutura para a realização da primeira chamada GSM do mundo e lançado o Nokia 1011, quando o slogan “connecting people” passa a fazer parte do logotipo. Um ano depois, o azul da marca é suavizado até que em 1997, as setas são abandonadas e o logo passa a ser como é conhecido hoje em dia.

rubber works companyFinish cable works

Logo da Nokia Company:peixe no logo em referência ao rio


Nokia e Samsung lideram mercado de celulares no mundo

Nokia e Samsung lideram mercado de celulares no mundo

O mercado de aparelhos celulares continua sendo dominado pela Nokia – isso não é novidade – mesmo ela ficando algum tempo sem trazer grandes lançamentos. Em 2009, a empresa finlandesa vendeu 432 milhões de celulares, o que corresponde a 38% de todos os telefones vendidos no ano. Em segundo está a Samsung, com 227 milhões de aparelhos comercializados e 20% do mercado.


A Finlândia é um país com uma natureza muito diversa, o seu clima e localização geográfica faz com que seja um país por excelência, com várias eco-regiões distintas, tais como o norte do Círculo Polar Árctico e a região da Lapónia e mais a sul, com um clima frio oceânico mais suave. Os dois extremos quanto ao clima e sobre as eco-regiões são Helsínquia que fica a sul e a Rovaniemi que fica a norte.
A Finlândia é um país que desfruta de paisagens naturais intactas, é um país que se destaca pelo número de lagos que cobrem uma parte da sua superfície, no total, mais de 150.000 lagos espalhados por todo o país. As suas ilhas, os seus canais, permitem-lhe a práticas de muitas actividades, tanto os desportos ao ar livre, tais como a comunicação. Estes lagos, no Inverno, geralmente estão gelados, que prevê um isolamento,por um lado e por outro a oportunidade de praticar vários desportos ao ar livre.

Área da Finlândia: 338.145 km² - Renda per capita: US$ 40.197 (estimativa 2005) - IDH: 0,871 (Pnud 2010) - desenvolvimento humano muito alto

Os dados acima se justificam para responder a uma pergunta que sempre faço: porque um país tão menor do que o Brasil, com um clima que o mantém sob o gelo a maior parte do ano, pequena população, consegue ser o maior exportador de celulares para o Brasil, em primeiro lugar numa das mais rápidas tecnologias em desenvolvimento pelo homem? Não esqueçamos que os celulares são simplesmente idéias nascidas em sinapses de cérebros humanos, como tudo o mais inventado pelos seres humanos. As coisas, os objetos, os equipamentos, se iniciam pela sinapse humana. Enquanto no Brasil temos um clima favorabilíssimo, 200 milhões de habitantes, porque temos que importar sinapses finlandesas? A resposta é uma só, que resulta no Índice de desenvolvimento humano de 0,871, considerado muito alto: uma professora primária na Finlândia tem o salário de R$ 8000,00: isso mesmo, OITO MIL REAIS!Quer dizer: gasto público em educação!A Finlândia é um dos países que mais investem em educação em relação ao PIB (6,1%). No Brasil, são 3,9% do PIB. O fato de a Finlândia ser a nação com menor índice de corrupção do mundo faz com que o aproveitamento do dinheiro seja ainda maior.

(Do artigo no link:http://bit.ly/dqnBUv )



São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010



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TENDÊNCIAS/DEBATES

A grave patologia da educação brasileira

VIVIANE SENNA

O Brasil se destaca como um "case" de egossintonia secular, em relação a disfunções e sintomas graves, como a falta de equidade e de educação


Em 20 anos de prática clínica, observei que os sintomas são nossos aliados. E tão melhores quanto mais nos incomodem.
Como verdadeiros sistemas de alarme, sinalizam que alguma coisa está em risco. Portanto, são eles que nos permitem mudar o desfecho de uma história, de nossa história. Desde que os ouçamos.
Quanto mais egossintônico é um sintoma para um indivíduo, pior será o seu prognóstico. Do mesmo modo, quanto mais confortável uma sociedade se sente com seus distúrbios, piores serão as chances de superá-los.
O Brasil se destaca como um "case" de egossintonia secular, em relação a disfunções e sintomas graves, como a falta de equidade, de ética e de educação.
Prova disso é que levamos mais de 300 anos para editar o primeiro livro e fundamos nossa primeira universidade apenas no século 20, 300 anos depois da primeira universidade da América Latina e 400 anos após a primeira universidade da América do Norte, Harvard.
Ninguém sentiu desconforto com isso ou com o fato de que essa universidade foi criada apenas para conceder o título honoris causa ao rei da Bélgica. Não é à toa que, em 1950, convivíamos pacífica e confortavelmente com taxas de 50% de analfabetos absolutos, enquanto a Argentina e os EUA tinham, respectivamente, 14% e 3% de analfabetos.
Tudo isso sem contar que, em 1900, essa taxa era de 65%, o que significa que levamos meio século para reduzi-la em 15 pontos percentuais! No primeiro censo escolar, de 1932, o índice de repetência na primeira série era de 60%. Quase 50 anos depois, no censo de 1980, esse índice foi reduzido para incríveis 50%. Hoje, essa taxa para o ensino fundamental é de cerca de 20%, colocando-nos atrás de países como Uganda, Ruanda e Haiti.
No entanto, continuamos convivendo pacificamente, também, com consequências dessa realidade: a evasão e o abandono.
De cada dez crianças que entram na primeira série do ensino básico, só três o concluem. E mais: apenas uma em cada dez sabe o que deveria saber para o terceiro ano do ensino médio. E um quinto desses alunos tem, em matemática, nível de quarta série do fundamental.
E qual é a reação diante desse quadro? As pesquisas mostram que 70% das famílias de alunos de escolas públicas estão satisfeitas com o ensino que seus filhos recebem. Fica difícil decidir o que é mais grave: o cenário da educação ou nossa reação diante dele.
É possível, no entanto, suplantar esse padrão histórico de egossintonia com situações graves como essa. Como mostra o movimento Todos pela Educação, até 2022 podemos atingir o padrão de desempenho escolar da média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Para isso, precisamos aliar compromisso ético com competência técnica.
Estudo feito por Ricardo Paes de Barros, com cerca de mil municípios parceiros do Instituto Ayrton Senna, mostra que é possível acelerar o desenvolvimento educacional entre seis e 11 anos a cada ano de trabalho, não importando as condições adversas e a região do país.
Altamira, no Pará, tinha 70% de seus alunos atrasados. Hoje, esse número está em torno de 20%. Em São Vicente (São Paulo), o antigo índice de 16% de alunos com distorção de idade e de série está em 3%.
A rede de ensino de Boca do Acre (Amazonas) reduziu a taxa de defasagem de 70% para 19%, alcançando o primeiro lugar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da rede estadual (4,4).
Assim, a despeito da extrema seriedade do quadro educacional brasileiro, é possível rever o curso.
Basta ouvir os sintomas e aliar a vontade ético-política à competência técnica, transformando incômodo em resultados para mudar toda uma história. A nossa história.
VIVIANE SENNA, formada em psicologia pela PUC-SP, é presidente do Instituto Ayrton Senna e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.

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